Geminianja: DAY LIMNS é uma artista pop que só segue seu coração

Gabriel Caetano
3 min readMar 31, 2022

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Como a ex-The Voice se transformou na rockstar que sonhava ser na infância.

Reprodução do Instagram

Day Limns, ou simplesmente DAY, em grafia maiúscula, dá uma voz a meninas e mulheres que amam música e se sentem deslocadas, seja pela homofobia (DAY gosta de meninas) ou por simplesmente se sentirem diferentes em razão da música que curte. Nascida em 8 de junho sob o sol em gêmeos, a cantora e compositora encarna todas as questões do signo em sua carreira, gosta da metamorfose. E gosta de falar! Quando criança, vislumbrou em Avril Lavigne a possibilidade de se tornar uma rockstar. Conseguiu. Em Bem-Vindo ao Clube, álbum que lançou no ano passado pela Universal Music, expressa suas dúvidas e divide a caneta da composição com a colega de The Voice, Carol Biazin e o líder da Fresno e ícone emo Lucas Silveira.

A cantora e compositora apareceu para o Brasil como participante da 6ª temporada do reality musical The Voice. Só tinha cantado na igreja até então. De lá pra cá, seu repertório mudou, em Bem-Vindo ao Clube apresenta um híbrido entre o trap e o rock. Ela domina os dois gêneros e sabe combiná-los, mas DAY rejeita qualquer etiqueta e se define apenas como uma artista pop. Sabe que se apegar a um rótulo gera cobranças do público e dela mesma. “Tenho pavor de regras. Passei a vida toda muito regrada. ‘Não posso isso, não posso aquilo.’ E agora que me entendo como uma pessoa livre, prefiro me deixar bem aberta em questão a isso”.

Sk8er Girl: DAY tinha 6 anos quando viu Avril Lavigne na TV e enxergou nela o seu futuro.

Quanto ao The Voice, não consegue assistir nenhuma de suas apresentações no programa, porque é bastante crítica em relação a suas performances do passado. DAY acredita que não estava pronta para passar uma experiência como aquela, mas assume a importância da passagem como algo que lhe serviu de palco ao qual não estava acostumada. “Queria estar de outro jeito? Queria, mas merecia estar ali. Porque eu fui até a final com todos os meus medos e porque eu merecia estar ali. E isso me ensinou que foi com muito medo, mas deu muito certo”. A gratidão pelas trocas que teve com Lulu Santos persiste até hoje, o técnico a incentivava continuamente com as composições. Lulu repetia: “Vocês vão ouvir falar muito da DAY enquanto compositora.” Até hoje os dois são amigos e dividem experiências profissionais.

Ansiosa com o momento do rock, a cantora conta com entusiasmo o que está ouvindo. Fala sobre como é bom ver uma artista negra como Willow tomando frente no novo cenário do gênero e até se exalta: “Me dá uma p*** alegria ver uma banda como o Meet Me at the Altar, formada só por pessoas pretas, quebrando tudo!”. As colaborações em estúdio de Travis Barker com vários artistas e mesmo Boys Don’t Cry, o novo single da Anitta (produzido pela equipe de Max Martin, maior referência pop dos últimos 25 anos), que promete referências ao Panic! at the Disco em seu teaser fazem os olhos da geminiana brilharem. DAY, que insistia pelo uso de guitarras mais próximas do pop punk em suas músicas, dizia para os amigos: “Esse bagulho vai voltar!”. E está de fato, voltando, com Day Limns puxando essa fila no Brasil.

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Gabriel Caetano

Publicitário que escreve sobre arte e entretenimento. Desde 09 tô na internet falando do que gosto (e do que não gosto) para quem possa gostar (ou não) também.