O Urso: todos os ingredientes certos

Gabriel Caetano
2 min readDec 11, 2022

--

Christopher Storer (2022)

É provável que O Urso, produção da FX (que está lá, disponível no Star+), saia de 2022 como uma das séries super premiadas do ano. Confesso, superou as expectativas criativas e críticas que havia alimentado enquanto uma enxurrada de amigos insistia em me recomendar. As primeiras cenas começam despretensiosas, mas até o fim do primeiro episódio, uma soma feliz de boa química do elenco, personagens carismáticos e bom trânsito entre drama e comédia fazem com que a história não pare de crescer.

Quando retorna para Chicago, Carmen Berzatto (Jeremy Allen White, de Shameless) precisa tomar conta do restaurante que seu irmão deixou ao cometer suicídio. Desorganizado e cheio de contas, o lugar parece que vai desabar. Carmy é um chef reconhecido, que administrava uma casa estrelada em Nova Iorque, mas que deseja muito assumir o negócio da família. Mesmo com um ambiente caótico a ponto de ser comparável a qualquer episódio de Pesadelo na Cozinha. Tem pressão, gritaria simultânea de muitos personagens e gente extrapolando até partirem para a violência.

Como estão falando por aí, a trama expõe muito bem (e longe dos clichês) a fragilidade masculina, enquanto toca fundo em outros assuntos traumáticos: luto, responsabilidades, compromissos profissionais e familiares. No centro de tudo: a maneira como nossa geração encara o trabalho — entre a paixão, talento e os limites impostos pela exaustão. É uma história sobre um mundo materialista, onde as pessoas destroem muita coisa e se perdem de si mesmas em busca de sucesso de reconhecimento.

Essa primeira temporada tem 8 episódios de menos de 30 minutos cada (aprox.). Todos muito intensos e concisos. Deve ser assistida de barriga cheia, pois a comida bonita salta aos olhos. E, ainda bem, já está renovada para uma segunda temporada.

--

--

Gabriel Caetano

Publicitário que escreve sobre arte e entretenimento. Desde 09 tô na internet falando do que gosto (e do que não gosto) para quem possa gostar (ou não) também.